Vânia Ortiz

"Everything may be for a while."

Publicações do autor

Poeta!

O poeta sabe que não pode parar. Nada o obriga a prosseguir, a não ser a inquietude louca ou o frenesi indomável de combinar palavras colhidas e equilibradas na corda bamba imaginária de um circo dentro de si sem sombrinhas ou proteção, palavras à vela, despojo que revela a verdade que pode ser sua e …

Continue lendo

Internamente!

Saio de mim. Observo-me. Sou mar volteando a ilha tentando explicações. Busco me compreender. De longe e de perto há muito de encoberto. Pego carona em uma onda que me leva e traz. Passado e presente vasculham-me a mente, travando embate perspicaz à procura da fase em que me perdi, onde o obscuro não refaz …

Continue lendo

(In)lucidez!

Prefiro o desequilíbrio lúcido a revirar sentimentos calados fazendo barulho para manter-me viva, a seguir outro compasso na contradança da vida que contraria e impede a valsa. Prefiro perder-me de vista e reencontrar-me nova onde se entremeia a pista que a todo instante se renova no salve-se quem puder e salvarem-se todos, entre mortos e …

Continue lendo

Poesia!

(…) E a poesia virá, simplesmente, sem palavras, brandamente, com o silêncio que se fará, traduzido pelo encantamento dos versos que o poeta interpretar, enlevado pela emoção de quem fala sem falar. (…)

Um ré maior!

Re (comece): toda dia amanhece mesmo que você não queira ou ainda que você se feche, a manhã sempre aparece. Re (verta) em sabores, os dissabores, das rochas também nascem flores, dos espinhos, a evolução. Re (ligue) o ato de religar gera religião, comunhão, transcende, acalma, comunga seu corpo com a alma. Re (encontre) valores …

Continue lendo

Tons de Guerra!

Espanta-me a fome em preto e branco e a tinta, sangrando no solo em cinza, pincelando a maldade na tela cinzenta do homem que, por algum engano, era obra que se intitulava humano.

Escrevo?

Escrevo: a folha em branco me impele, provoca-me, convoca-me, remexe meus neurônios, sentimentos à flor da pele querem que eu me revele, que me rebele, trace recônditos da alma diante da ansiedade que me transtorna o momento em que me encontro. Palavras se difundem. Confundem emoções, debatem-se em confronto, emudecem as razões. Escrevo: um emaranhado …

Continue lendo

Leva-me!

Leva-me, oh, mar, às profundezas de teus mistérios, entre águas, algas e corais onde jazem desfeitos navios e castelos, histórias guardadas não reveladas, onde habita em um sacrário, a paz. Leva-me, oh, oceano, a circundar tua imensidão, participar de teu plano como um rito navegando meu barco farto de conflitos, despejá-los nas ondas que nunca …

Continue lendo

O poeta voltará!

O poeta foi ali, lá, acolá, não sei onde. Sei que voltará. Foi buscar fragilidade em solos lavrados de fraternidade. Foi ainda mais além, acender o farol do mundo, iluminar o breu profundo que aqui se estabeleceu. Foi buscar a estrela de Belém, os sinos repicando o bem, a neve para branquear o chão e …

Continue lendo

Sem rumo!

Não sei se prossigo ou fico, o que me espera em outra esfera, não sei explicar o que sinto, o que quero e espero. O espaço aqui se estreita, não capta o que meu coração revela. Se algum sentimento me resta ou alguma palavra se presta a me servir de lenitivo, ensina-me outro rumo sem …

Continue lendo

Carregar mais