Viajemos juntos na mesma embarcação.
Tomemos o mesmo rumo,
a mesma direção.
Encontremo-nos,
por coincidência,
na mesma estação
e partamos a sós
em uma viagem sem fim.
Façamos do acaso
nosso ponto de encontro,
sem mágoas que corroem,
marcas e confrontos.
Deixemos o destino cruzar
nosso caminho,
sejamos alvo
da mais ardente paixão.
Almas em um só corpo,
mentes que surpreendem
a imaginação.
Entrega-me flores com o seu olhar
e o meu se encherá de cores,
que se espalharão pelos lugares
onde transitam livres
razão e emoção,
em um desequilíbrio lúcido,
em uma cumplicidade lúdica,
pendendo às sensações e vibrações.
Tracemos rotas de puros sentimentos,
congelemos nossa vida em momentos,
aqueles que jamais nos esqueceremos,
aqueles que incitam a sonhar.
Deixemo-nos levar pelo abandono
a conduzir nosso amor,
sem aportar
no porto inseguro da paixão,
rumo à mais repleta emoção.
nov 26 2025
Viagem!
nov 26 2025
Fragmento!
(…)
Hoje eu queria me desprender
e comigo mesma falar:
dizer-me as palavras certas
tão difíceis de se encontrar
se não se sabe onde o certo cabe
ou se minh’alma o acatará.
Abraçar meu próprio eu e,
na mesma taça, de vinho brindar
um possível recomeço:
sem vontade de chorar,
sem carência de carinho,
sem urgência do cantinho,
lugar para se isolar.
Dizer que o sonho permanece,
que eu ainda sou eu,
vida que requer vida,
alma que prometeu
unir os meus distantes eus
sempre à procura de paz.
(…)
ago 09 2025
Saudade!
(…)
Ainda resta a poesia;
nada ou ninguém irá roubar.
Ela traz a primavera todo dia,
bailando no ar!
Vibra a emoção adormecida,
permeando sonhos que persistem
refletidos nas flores,
nas cores,
nos amores que ainda existem,
vivos em lembranças que hoje
se chamam Saudade.
(…)
jun 25 2025
Sentimentos!
Quando dei por mim
o mundo havia mudado.
Parei.
Embora o tempo não houvesse parado.
As pessoas já não eram as mesmas:
afeições,
aflições,
feições,
expressões.
Estranhei.
Procurei olhar bem por dentro,
talvez algum indício em cada uma,
um sinal que preenchesse essa lacuna
ou me guiasse onde as pudesse achar
ou me achar.
Divaguei.
Fiz da ilusão passaporte para o indefinido.
Por onde andei esse tempo todo?
Criei com minhas mãos terrível engodo.
Nele mergulhei.
Fuga insensata de querer permanecer,
viver a utopia da poesia que criei
onde o mundo era exatamente o que sonhei.
Vi-me só ante a multidão que desconhecia,
a mesma da qual me dispersei e pertencia
e agora se afasta sem sequer me entender.
Despertei.
Perdi a contagem dos dias,
meses,
anos,
das madrugadas varadas em desenganos,
das manhãs em que nem via o sol nascer,
mas o descrevia
como quem sempre o vê,
sentindo seu calor e luminosidade:
brilho ilusório de felicidade.
Impossível voltar no tempo,
dizer às pessoas o que não foi dito,
que me perdi no que foi escrito
e foi escrito tudo o que senti.
O que vivi.
O quanto me feri.
O que ainda sonho.
jun 25 2025
Estações!
Sou primavera.
Cor,
matiz,
fragrância,
elegância,
amor verdadeiro,
curandeiro,
inteiro,
bailado de flores,
fresta entre dores.
Retorno verão,
luz da estação,
queima de passado
chorado,
quebrado,
bronzeado ardendo a pele,
sol em levante,
manifesto irrelevante.
Continuo outono.
desnudo o tempo,
cubro o chão.
Folha amarelada
carregada pelo vento
ao relento,
morta.
Enfim, inverno.
Me escondo,
encolho,
hiberno,
coabito comigo,
retorno ao abrigo,
embrião preso
ao cordão do umbigo
das estações que passam.
jun 25 2025
Con(verso)!
Está onde estou.
Lado a lado.
Entre estilhaços ou turbulências,
emoções,
reticências,
alegrias!
Testemunho lavrado
de momentos felizes
ou chorados
registrados em atas.
Ampara,
dá colo,
alivia o choro,
descreve o que sinto,
acalma as águas
desse oceano revolto em mim.
Recolhe auroras,
cores do entardecer
que vem me surpreender.
Ouve as badaladas de meus ais.
Ouço vagar teu silêncio.
Silencio também.
É verso a me socorrer
se necessito dizer
o que entala,
o que cala,
o que impele a gritar.
Então ele fala
por mim.
Dá-me asas para voar,
corda para amordaçar
e abafar meu grito.
Infalível socorro
quando morro
e quando vivo.
Con(verso) com versos,
extravaso poemas.
Sem versos,
desconsolo.
Cego-me às belezas,
entrego-me às dores,
ao descompasso
desse mundo
sem uni(versos).
dez 09 2024
Despedida!
Hoje me despeço do que sou.
Dos meus sonhos amarelados,
enroscados em teias
tecidas por desencantos
desencadeando planos inacabados,
esboçados pela falta de ânimo,
que se perderam no tempo
por nunca surtirem efeito;
lançados ao contratempo,
descorados,
imperfeitos,
perdidamente desfeitos.
Despeço-me das dores,
das ausências
e dos amores,
daquelas que mais senti,
daqueles que mais amei
e pelas estradas ficaram
ou se foram,
sem uma razão qualquer.
Coisas que ninguém sabe explicar.
E, eu criança,
menina,
mulher.
Só, a recomeçar.
Despeço-me das feridas,
do passado
que um dia vai passar.
Recomeço nova fase.
Desponto com a aurora
sob a luz de um novo brilho
que me guia e revigora
a luzir o despontar
de meus primeiros cabelos brancos,
marcando a nova estação
e o meu sorriso franco
ao lado de velhos amigos,
novos amores,
que, comigo,
entre essências e flores,
também envelhecerão.
nov 19 2024
Desencontro!
(…)
Hoje eu queria me desprender
e comigo mesma falar.
Dizer-me as palavras certas,
tão difíceis de encontrar,
se não se sabe onde o certo cabe
ou se minh’alma o acatará.
Abraçar meu próprio eu,
na mesma taça de vinho brindar
um possível recomeço
sem vontade de chorar,
sem carência de carinho,
sem urgência do cantinho,
lugar para se isolar.
Dizer que o sonho permaneceu,
que eu ainda sou eu,
vida que requer vida,
alma que prometeu
unir os meus distantes eus.
(…)





