Junto-me à sensibilidade
e à tudo o que lhe faz parte:
o suave desabrochar da flor,
a beleza infinda do final da tarde,
à rima que se perde à revelia
e se arrima onde explode a euforia.
Ao verso que quer se declarar
e, de repente,
fala sem falar.
À angelical bailarina,
à arte que predomina
e desalinha o próprio coração
descompassado por tamanha devoção.
À canção que virou saudade,
com acordes que me persuadem
induzindo-me através do tempo
e passando devagar
por onde já nem lembro.
Junto o amor e a dor.
amar é sorrir,
é chorar.
À alma vigilante e inquieta do poeta,
usurpador de sonhos,
caçador de fantasias.
Às cores outonais da nostalgia
pincelando as manhãs da estação
embaçadas de orvalho
e de paixão.
E assim vou compondo.
minha poesia.
jul 13 2022